O BSI Kitemark - combater fragilidades na marcação CE
O BSI publicou recentemente um artigo sobre a fragilidade da marcação CE para equipamentos elétricos. Estamos totalmente de acordo com o BSI no reconhecimento da possibilidade de equipamento não conforme ou de qualidade inferior encontrar o seu caminho na cadeia de fornecimento e, posteriormente, passar para a distribuição geral. É por isso que, em colaboração estreita com eles, desenvolvemos o Kitemark para cabos, testando os nossos cabos por lotes segundo as normas britânicas e internacionais, num laboratório acreditado pela UKAS, com vista a assegurar a qualidade e a conformidade. Embora os cabos sejam apenas uma pequena parte de todo o material combustível existente num edifício ou numa peça de equipamento, a sua função de distribuição de energia significa que o seu impacto não deve ser ignorado.
De acordo com o artigo do BSI:
"Os produtos elétricos vendidos para a UE têm de ser identificados com a "marca CE" tal como sucede com muitos outros produtos introduzidos no mercado. Mas, na prática, o que significa isto? A marca CE é uma declaração do fabricante, indicando que o produto cumpre os requisitos mínimos legais, o que, neste caso, significa diretivas europeias. Mas, na verdade, o que está ele a declarar? Será que sabemos?
A principal diretiva europeia relacionada com o fornecimento de equipamentos elétricos para o mercado da UE é a diretiva baixa tensão, que exige a não intervenção de um terceiro independente, tratando-se efetivamente de uma diretiva de autodeclaração. Isto significa que aquilo em que um consumidor pode realmente confiar é numa promessa de um fabricante de que o produto que está a usar é um produto seguro. À parte disso, existe uma falta de independência no processo. Sabemos se esta declaração não está a ser influenciada por um conflito de interesses comercial ou se as pessoas que estão a efetuar a avaliação são competentes para fazê-lo? Uma vez mais, estamos perante uma quantidade desconhecida.
Muitos fabricantes destes produtos são absolutamente diligentes e, muitas vezes, contratam um laboratório de testes externo para realizar um "teste de tipo" ao seu produto. Isto mostrará que a conceção do produto é segura e a segurança é o grande objetivo; mas apenas analisará esse produto específico nesse determinado dia. Permanece, pois, a dúvida sobre se existe um controlo da produção quando o produto é produzido em massa e se ele continuará a ser seguro. Haverá algum desvio ou deriva? A única resposta possível é "talvez", o que deixa algumas dúvidas.
Há muitos exemplos recentes de produtos que falharam em matéria de segurança, como, por exemplo, máquinas de lavar louça que se incendiaram durante a utilização ou "hoverboards" que se enchem de chamas. Isto mostra que o sistema pode não estar a funcionar assim tão bem.
Uma forma de garantir a segurança do que está a comprar seria solicitar uma marca de certificação externa, como, por exemplo, o BSI Kitemark™. Quando vê uma marca de qualidade num produto, isso dá-lhe provas de que o produto que está a analisar é seguro e de que seguiu um processo robusto. Esse processo não só inclui o teste de tipo acima referido, como também avalia o produto num processo contínuo, para assegurar que os produtos permanecem seguros não apenas de forma ocasional, mas sempre."
Então, se temos a opção de assegurar a conformidade, por que motivo os compradores de cabos continuam a avaliar o risco como estando dentro de parâmetros aceitáveis? É uma discussão que pretendemos continuar a desenvolver, com a esperança de conseguirmos mudar mentalidades com o tempo.