Os mercados emergentes alimentam o crescimento da aviação
Uma das tendências fundamentais para o futuro da aviação será o aumento da necessidade de voar nos mercados emergentes. O deslocamento do poder económico para diferentes regiões geográficas provocado pela globalização está a criar poderosos mercados em desenvolvimento que alimentam o crescimento do setor aeronáutico. Trata-se de uma tendência positiva por muitas razões, sobretudo porque mostra o fortalecimento económico de regiões como a Ásia, a África, a América Latina e o Médio Oriente. No entanto, com a maior possibilidade de viajar, os aeroportos dessas regiões emergentes precisam de se preparar para um afluxo de passageiros, que muitas vezes implica a atualização e a adição de infraestruturas adicionais para promover a segurança e a competência.
A urbanização impulsiona o crescimento do tráfego aéreo. De acordo com estimativas da Airbus, serão necessários mais de 37 000 novas aeronaves nos próximos 20 anos; os mercados emergentes representam quase 5 biliões de dólares americanos na procura por aeronaves novas. A Ásia é uma grande área de crescimento porque as classes médias estão a crescer e, na verdade, devem quadruplicar nos próximos 20 anos. A Índia também está numa posição de se tornar num dos maiores mercados globais graças ao estímulo de novo tráfego para além do aumento da acessibilidade. Os aeroportos estão a preparar-se para o futuro através da expansão e modernização das infraestruturas, e a aprontarem-se para aeronaves maiores.
A modernização das pistas existentes para garantir que sejam capazes de suportar as aterragens de aeronaves em todas as condições meteorológicas e, claro, o acréscimo de novas pistas e terminais, são fundamentais para a gestão do crescimento dos aeroportos. A proteção das pistas contra intempéries, através de métodos como modernizar a iluminação e proteger a infraestrutura elétrica, garante que os aeroportos possam evitar atrasos e desvios que reduzem a eficácia dos mesmos. As condições meteorológicas são um fator importante que afeta a capacidade do aeroporto porque o mau tempo pode atrasar as operações necessárias para manter a segurança ou, pior ainda, forçar os aviões a aterrarem em outros lugares. A adição de novas pistas, como fizerem no Aeroporto Internacional Namibe, em Angola, permite aumentar significativamente o número de partidas e chegadas, aumentando assim a sua capacidade.
Outra consideração para os aeroportos é que o tamanho médio dos aviões cresceu 40% desde a década de 1980. Aeronaves maiores transportam mais passageiros, o que permite utilizar eficazmente a infraestrutura existente. No entanto, os comprimentos típicos das pistas ou os tamanhos das portas nos terminais nem sempre podem acomodar aeronaves novas maiores, como o Dreamliner da Boeing. Aeronaves maiores precisam de mais comprimento de pista para aterrar ou descolar. Isso significa que as pistas precisam de ser ampliadas, novas precisam de ser construídas e novos aeroportos têm de ser projetados tomando em consideração esses tipos de aeronaves para garantir que o seu aeroporto esteja preparado para crescer. Além disso, a envergadura das mesmas ultrapassa as dimensões para as quais os aeroportos foram preparados no passado – em vez de duas pequenas aeronaves estacionadas lado a lado, o aeroporto só teria capacidade para um avião grande. Isto significa que precisam de adaptar a sua infraestrutura para poderem capitalizar o aumento da capacidade.
A dificuldade consiste em equilibrar as necessidades de capacidade, garantindo ao mesmo tempo a segurança e a acessibilidade das viagens aéreas para todos, em qualquer lugar.