A cobertura 4G no Reino Unido deixa muito a desejar
Os telemóveis são uma parte indelével das nossas vidas modernas. Não há nada mais frustrante do que uma ligação lenta ou uma zona morta, mas estes são problemas que os clientes das operadoras móveis do Reino Unido enfrentam diariamente. Ao passo que a cobertura 4G ainda não está disponível em alguns países, o problema no Reino Unido é totalmente diferente: à medida que as redes se tornam mais rápidas, a cobertura não está a avançar ao mesmo ritmo. Um relatório recente elaborado pela OpenSignal e a Which? revelou que, embora a rede 4G do Reino Unido esteja cada vez mais rápida, a sua cobertura ainda deixa muito a desejar.
Entre dezembro de 2016 e fevereiro deste ano, foram recolhidas leituras de dados de mais de 30 000 utilizadores de uma aplicação da OpenSignal. Esses dados foram utilizados para encontrar, entre outras coisas, a disponibilidade média do sinal 4G para clientes móveis no Reino Unido nas 20 maiores cidades. O relatório revelou que os clientes móveis no nordeste da Inglaterra têm a melhor hipótese de obter um sinal móvel 4G, ao passo que Londres se encontra entre as cidades com menos cobertura. Middlesbrough ficou em primeiro lugar, com uma disponibilidade 4G média de 82,7%, seguida por Sheffield e Sunderland, ambas com uma cobertura de, aproximadamente, 80%. Londres terminou em 16.º com uma cobertura de 73,6%, e os clientes de Southampton e Bournemouth têm menos de 70% de cobertura 4G.
Outro relatório da OpenSignal sugere que os telemóveis do Reino Unido só recebem cobertura 4G durante 53% do tempo. Pelo menos 39 países abrangidos pelo relatório oferecem uma cobertura de 60% ou mais, deixando a cobertura do Reino Unido no 54.º lugar do ranking, atrás da Estónia e do Peru.
A boa notícia é que, embora a cobertura ainda esteja abaixo da média, as velocidades de descarga para alguns fornecedores são mais rápidas do que a média global de 3,5 Mbps. Modernizações da rede, incluindo modernizações do fornecimento de energia e novas instalações, estão a aumentar a velocidade e a alargar as fronteiras da tecnologia . Além disso, o regulador independente Ofcom pressionou os operadores móveis para que a maioria das instalações no Reino Unido recebam sinal 4G até ao final de 2017. Em estudos anteriores, a rede ferroviária do Reino Unido mostrou ter uma cobertura desigual e, de acordo com a Fundação RAC, mais de 4500 milhas de estradas britânicas não têm qualquer cobertura. A Ofcom assegura que desafiou as operadoras móveis a encontrarem uma maneira de alcançar áreas remotas, incluindo linhas de transporte.
Embora alguns tenham funcionado melhor do que outros, não há atualmente nenhum operador móvel que forneça um sinal consistente em qualquer parte do Reino Unido. Os operadores móveis citam problemas de calendarização à hora de criarem a infraestrutura necessária. Especialmente em cidades maiores, as regras de planejamento podem fazer com que as reparações e as novas instalações não sejam tão rápidas como os operadores desejariam. Por seu lado, uma infraestrutura 3G bem desenvolvida poderia explicar por que o investimento na cobertura 4G tem sido lento.
Reguladores e operadores já têm os olhos postos nas redes 5G do futuro, que também pode ser uma razão para o desenvolvimento lento das redes 4G – o futuro está a aproximar-se a passos largos. Mas com os utilizadores móveis ainda a gastar quase metade do seu tempo ligados a redes 3G, o futuro parece mais longe do que o esperado.